A presidência da AIL exprime os mais profundos pêsames pelo falecimento de Corsino Fortes.

Poeta que como poucos conseguiu encontrar a substância do tempo na substância das palavras, Corsino deixa a todos os lusitanistas uma herança luminosa e inextinguível de poesia e vivência, de engajamento e memórias: a confirmação de que o elo entre poética e política não é abstrato, mas pelo contrário se nutre de uma ética comum.

A Associação Internacional de Lusitanistas lembra que exatamente há um ano, no Mindelo, ocorreu o 11º congresso da Associação, o primeiro em África e fora do eixo Europa - América. Naquela ocasião, proporcionada pela parceria com a Universidade de Cabo Verde, o contato com a cultura cabo-verdiana foi profundo e deixou redes fundamentais de relações e projetos.

Nos momentos de diálogo com os escritores e poetas cabo-verdianos, o legado de Corsino, a presença mesmo que só simbólica da sua obra, foram sempre um marco ineludível que confirma a atualidade da sua plena lição poética.

Voltaremos sempre a estes lugares encantados da literatura e da vida com o privilégio e a força da mediação que a poesia de Corsino nos tem proporcionado. E que resta. Por isso, o nosso adeus é, antes de tudo, um obrigado.