Veredas n.36

A relação entre literatura, história e pensamento remonta às origens da cultura ocidental. Aristóteles, na Poética, afirma que o poeta e o historiador não diferem por um escrever em verso e o outro em prosa, mas pelo fato do primeiro narrar o que poderia acontecer e o segundo o que aconteceu. Assim, para o filósofo do Liceu, a poesia é mais filosófica do que a história. Aquela procura o universal, esta, o particular. Essas afirmações foram contestadas ao longo do tempo e no decorrer de teorias e estéticas que questionaram os limites e as possibilidades quer da narração, quer do pensamento, quer da própria história. Como a narrativa lusófona enfrenta as questões levantadas por Georg Lukács, Walter Benjamin ou Adorno, se uma totalidade verossímil não é mais dada às formas?

O número 36 da revista Veredas convida os leitores a pensar como se entrelaçam literatura, pensamento e história nos confins do narrável, mediante uma série de textos que interrogam a própria possibilidade da literatura.

(Frederico Garcia Fernandes e Diego Giménez, da Apresentação)

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