É com profunda tristeza que lamentamos o falecimento de Maria Teresa de Mascarenhas Horta Barros, uma das figuras mais emblemáticas da literatura portuguesa, do feminismo e da luta pela liberdade. A escritora, poetisa, jornalista e ativista faleceu nesta terça-feira, 4 de fevereiro de 2025, aos 87 anos, em sua casa, em Lisboa.

Maria Teresa Horta era a última das "Três Marias", ao lado de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, autoras das "Novas Cartas Portuguesas", obra que marcou a história cultural e política de Portugal. Publicada em 1972, durante o regime do Estado Novo, a obra foi um marco na luta pelos direitos das mulheres e na contestação ao regime ditatorial, valendo-lhes reconhecimento internacional e tornando-se um símbolo de resistência e liberdade.

A notícia do seu falecimento foi divulgada pela editora Dom Quixote, que, em comunicado, expressou "profunda tristeza e sentida mágoa" pela perda da autora. A editora destacou que Maria Teresa Horta deixa um legado "de dimensões incalculáveis para a literatura portuguesa, para a poesia, o jornalismo e o feminismo", áreas às quais dedicou grande parte da sua vida com orgulho e determinação.

Reconhecida internacionalmente, Maria Teresa Horta foi eleita pela BBC, no final de 2024, como uma das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo, ao lado de artistas, ativistas, advogadas e cientistas. A sua obra e o seu ativismo transcenderam fronteiras, inspirando gerações e consolidando-a como uma voz incontornável na defesa dos direitos das mulheres e na luta contra as estruturas patriarcais.

Ao longo da sua carreira, recebeu diversas distinções, incluindo a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pelo Ministério da Cultura em 2020, e o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, concedido pelo Presidente da República em 2022. Estas honrarias refletem o seu papel fundamental na cultura e na sociedade portuguesas.

A ministra da Cultura também emitiu uma nota de pesar, recordando Maria Teresa Horta como "uma das mais importantes vozes da literatura portuguesa contemporânea" e uma mulher que "desafiou o regime ditatorial", tornando-se "um marco do feminismo português".

À família, amigos e admiradores, endereçamos as nossas mais sentidas condolências.