Veredas n. 37
Dossiê temático: Corporalidades e violência na literatura recente produzida por mulheres no mundo lusófono
Organizadoras:
Lúcia Osana Zolin
Alexandra Santos Pinheiro
A proposta deste dossiê vem marcada por um tema que sempre se fez presente na história das mulheres: o da violência. O Brasil se situa entre os países considerados violentos para mulheres e, contextualizada em um cotidiano que automatiza a violência, a literatura brasileira contribui para com a visibilidade desses corpos aviltados que se multiplicam nos noticiários. Essa realidade, de certa maneira, não é muito diferente nos demais países lusófonos. Na seara sociocultural, são múltiplos os discursos que, de diferentes maneiras, naturalizam a violência sofrida pelas mulheres: os discursos políticos, religiosos, familiares e culturais repercutem a visão binária e hierarquizada dos sujeitos. Discursos que pré-determinam papéis, baseados na dicotomia masculino X feminino e suas reverberações patriarcais e, portanto, misóginas: dominação X submissão, força X fraqueza, voz X silêncio, entre outras afins.
A relação entre literatura, história e pensamento remonta às origens da cultura ocidental. Aristóteles, na Poética, afirma que o poeta e o historiador não diferem por um escrever em verso e o outro em prosa, mas pelo fato do primeiro narrar o que poderia acontecer e o segundo o que aconteceu. Assim, para o filósofo do Liceu, a poesia é mais filosófica do que a história. Aquela procura o universal, esta, o particular. Essas afirmações foram contestadas ao longo do tempo e no decorrer de teorias e estéticas que questionaram os limites e as possibilidades quer da narração, quer do pensamento, quer da própria história. Como a narrativa lusófona enfrenta as questões levantadas por Georg Lukács, Walter Benjamin ou Adorno, se uma totalidade verossímil não é mais dada às formas?
O número 36 da revista Veredas convida os leitores a pensar como se entrelaçam literatura, pensamento e história nos confins do narrável, mediante uma série de textos que interrogam a própria possibilidade da literatura.
(Frederico Garcia Fernandes e Diego Giménez, da Apresentação)
Chegou ao conhecimento da AIL de que têm circulado e-mails com origem numa editora predatória chamada “Atena” (https://www.atenaeditora.com.br), a dar indicações sobre procedimentos, com vista à inclusão dos trabalhos resultantes do Congresso de Roma numa publicação. Os emails (Atena Editora <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.) contém dados como o nome e o título do trabalho, dando a impressão que se trata de um convite genuíno.
As denominadas revistas e editoras predatórias são aquelas com práticas suspeitas e de qualidade editorial duvidosa, mas que garantem, sempre mediante o pagamento de taxas, a publicação rápida do trabalho, normalmente sem qualquer revisão por pareceristas.
A AIL esclarece que a editora em causa não tem qualquer relação com a Associação. Os e-mails relacionados com a publicação dos trabalhos apresentados ao congresso são sempre enviados pelos canais da AIL e não por terceiros. A eventual publicação dos trabalhos nos livros temáticos é isento do pagamento de taxas.
Lembra-se, novamente, que a AIL só aceitará textos inéditos e que sigam rigorosamente as normas estabelecidas:
https://lusitanistasail.org/novidades/1024-normas-de-publicacao-ail-roma-2021.html
A Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas está com chamada aberta para o dossiê número 38 (jul./dez. 2022), com o tema "Prisões e confinamentos: escritas do cárcere".
Este dossiê é organizado por Sabrina Sedlmayer (UFMG) e Alexandre Amaro (CEFET-MG).
O prazo final para o envio de artigos para este dossiê é 31 de outubro de 2022.
Confira a chamada completa no site da revista Veredas, aqui.